113-A PENA E O SABRE
Tríplice suplício
Franco-anglo-luso armistício
Flamengo-flamenco-flâmula
Prévio preceito artístico
O preconceito dejeta sua chama
Inflama sua cama
A mancha torpe da mortalha
Toalha torta e falha
No fio da navalha voa a fio o cangaço
Afiado estio
Teu regaço quebra os laços
Do Brasil mais varonil
Quem desenha hipnotiza
Visa o que não viu
Frenesi inchado no barril
Fiquei freguês a ver navio
Narrador de tudo o que não sabe
A pena do poeta é o seu sabre
Que perfura perfídia perfeição
Fere o mais álgido coração
Pedregulho, cascalho e algibeira
O mar que afoga não tem beira
Tudo é o mais deserto antigo
Artigo do macabro ceifador
De dobrar a dor é do que vivo
Dose de abstêmia embriaguez
A canção romântica adora a boêmia
A noite, meretriz de traço esguio
Também ama sempre o ser mais vil
Jura que todos são vampiros
Pitorescos são todos os suspiros
De qualquer peito são febril
Ateu Poeta
05/08/2015
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