domingo, 13 de outubro de 2019

85-OLHO DE TANDERA

85-OLHO DE TANDERA

O carbono canta para a morte
Na petulância de mais um embrião
Consorte de quatro ligações
Desafia e desata até o Destino

No desatino do escorpião
Forjou-se no seio do sol
Seu semblante é uma contradição
Pois, matou a imortalidade

Quando à vida deu criação
Fusão fenomenal
Esfera atômica descomunal
Não se importa com demônios ou deuses

Não tem Eleusis em nenhum portal
Sua ponte pode até ser provisória provisão de cristal
Mas, é sem igual
Gerando D.N.A. direto do fervor radial

Molécula sideral
Não interessa que Thanátos, Hades e Ares
Formem forte trilogia do mal
Todos os atos serão derrubados

Pelo eclipse da elipse transacional
Somos todos filhos da Noite
Do açoite, da dor e do Caos
Seguindo sem louvor

Não devemos nada a Zeus ou Alá
Prometeus, Genival ou Jeová
Não foi Lúcifer quem portou a luz
Nenhuma cruz sangrou para o amanhecer

Se amanhã o mundo acabar
Não será por pecados ilógicos
Mostrados em mapas astrológicos
Profetas não proferem a cabeça de Zagreus

Preferem ferir a verdade
Marionetizar os pobres plebeus
Chamar um samaritano de bom
Não muda o tom do massacre que aconteceu

Sacrifícios de fogosas fogueiras
Por São Patrício Ipárcia morreu
Quem enforcou as bruxas de Salém
Não foi Posseidom

Tristes brumas de Avalon
Mãe de Kepler e Jordano Bruno
Assassinados por falsas razões
Guilhotina tosca que guilhotinou Guillotin

Desferiu sua lâmina sádico-dantesca
Sem nenhum burbom e com todo frenesi
No pescoço inocente de Lavoisier
Cientista cintilante a florir

A floresta da fúria nunca fenecerá
A miséria é a maldição do progresso
Focado no cárcere capital da acumulação
A culpa é sempre dos comunistas

Porque o fascismo já virou jargão
Nazismo é o grito de guerra
Do terror da submissão
Tudo é missão do Estado

Não vemos onde iremos parar
Em ideias que só trazem regresso
O congresso é operação Cadmus dos camundongos
Que fomenta a fome da guerra
  
Estamos sempre a antecipar precedentes sem par
Para a destruição a Terra
A civilização é o crime e a corrosão do ser em multiplicação
Não torce para nenhum time

Nem lucrará com o que irá cometer
Qual será a verdadeira evolução?
Canção que só canta quimeras
Sentimos saudade do que já era

Efeito doppler no sabre do saber
Dobra os três olhos de Hórus sobre a fera
Faísca tanto que alitera
A literária Fênix serpenteia chamando Tandera

Ateu Poeta
08/07/2015

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